As micro e pequenas empresas são as que pagam os maiores juros bancários e as que têm o menor acesso ao crédito, segundo dados do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Enquanto uma empresa de grande porte paga uma taxa de juros média de 9% ao ano, as micro e pequenas empresas são taxadas em 32% e 44%, respectivamente.

Embora esses empreendimentos representem 98% do universo empresarial do país, o crédito está concentrado entre as grandes e médias empresas, que, juntas, absorvem mais de 85% de todo o crédito do SFN. Ou seja, só 14% é direcionado aos micro e pequenos empresários.

Diante dessas condições, melhorar a gestão financeira é fundamental para sustentar as operações e fazê-las crescer. Então, acompanhe neste post as seis dicas que separamos para te ajudar a vencer essa batalha!

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1. Automatize processos

Quanto mais automatizadas forem as operações vinculadas à gestão financeira da sua empresa, melhor. Investir em softwares, sistemas e ferramentas que encurtem o tempo de processamento das informações e que consigam reunir e cruzar dados agilmente torna o controle financeiro mais estratégico e menos operacional.

Para ter uma ideia do quanto isso é importante, imagine que a sua empresa precise de mais de cinco horas diárias, ao longo dos 365 dias do ano, apenas para calcular e pagar impostos. Algo impensável? Pois saiba que isso é uma situação recorrente no Brasil. E talvez a sua empresa esteja presa nesse emaranhado de obrigações a cumprir.

O nosso é o país com maior tempo dedicado ao pagamento de impostos, segundo levantamento Doing Business. São necessárias quase 2 mil horas todos os anos apenas para dar conta das exigências tributárias.

Portanto, busque automatizar ao máximo os seus processos. E essa não é só uma questão de praticidade, mas também de economia e gestão do tempo. Além disso, sistemas personalizados contribuem para reduzir a ocorrência de erros.

2. Faça um planejamento financeiro

Os rumos da sua empresa dependem de um planejamento financeiro bem estruturado. Com ele é possível traçar metas, bem como identificar oportunidades e riscos.

Antes de começar as projeções, faça uma análise minuciosa e realista da organização. Faturamento, patrimônio, despesas, custos e endividamento devem ser elencados. Assim, será possível ter uma visão completa das condições atuais da organização — e é partir dela que deve ser elaborado o seu planejamento financeiro.

Observando o contexto econômico e as oportunidades de mercado, trace metas de longo, médio e curto prazo. Os planos devem considerar diferentes cenários possíveis e precisam incluir previsões de receitas e despesas.

Então, defina ações para colocar o planejamento em prática e acompanhe a execução de cada etapa, corrigindo projeções quando for necessário.

3. Separe finanças pessoais e empresariais

Esta é a regra de ouro da administração empresarial: nunca confunda o capital próprio com o capital da empresa. Além de mascarar a condição orçamentária, tanto do proprietário (ou sócios) quanto da organização, esse hábito pode levar ao descontrole financeiro.

Para evitar que isso aconteça, estabeleça percentuais que deverão ser retirados mensalmente do faturamento para pagar o seu pró-labore e compor uma reserva financeira.

Ao definir quanto do orçamento será usado para sua remuneração, leve em consideração que o valor não pode ser tão baixo, ao ponto de não suprir com suas necessidades pessoais, nem tão elevado, a ponto de desfalcar a empresa.

É importante ainda investir os recursos reservados em aplicações que remunerem o capital acima da inflação, mas que possam ser liquidadas quando surgir algum imprevisto.

4. Acompanhe diariamente o fluxo de caixa

A movimentação entre as contas a pagar e a receber precisa ser monitorada diariamente. Essa prática é importante para tentar manter o equilíbrio constante dos recursos da empresa.

Cada quantia que entra e que sai da empresa precisa ser registrada — essa é uma das mais importantes ações da gestão financeira. Não existe nada pior para o controle orçamentário do que não saber a origem ou o destino dos recursos da empresa.

Além disso, estabeleça processos claros e rigorosos quanto ao fluxo de caixa. Lembre-se de que todas as áreas da empresa dependem das verbas do caixa, portanto, cada setor deve estar firmemente orientado a prestar contas dos recursos disponibilizados.

5. Precifique produtos e serviços corretamente

Se os controles financeiros estão impecáveis e mesmo assim as contas não fecham no final do mês, pode ser que o preço cobrado na venda de produtos ou serviços esteja prejudicando o orçamento.

O valor repassado ao cliente pode ser menor do que o necessário para bancar as operações e gerar lucros, por exemplo. Há também o risco de que o preço esteja acima da média do mercado de atuação — o que, em última instância, poderá reduzir as vendas.

Enfim, a precificação é complexa para muitos empresários. Se esse é o seu caso, busque o auxílio de um contador para ajustar os preços de forma que sejam lucrativos e competitivos ao mesmo tempo.

O importante é saber que o preço tem que estar fundamentado. Ou seja, é necessário fazer cálculos específicos, como markup ou margem de contribuição, além da análise de mercado.

6. Tenha uma gestão de custos eficiente

A gestão de custos é fundamental para melhorar a gestão financeira. Isso pode parecer algo óbvio, mas muitas empresas pecam justamente nesse aspecto. A ideia amplamente propagada é a de que os gastos devem ser reduzidos ao máximo.

É claro que uma empresa será mais eficiente quanto menor forem os seus gastos e maiores forem as suas receitas. Mas estamos falando de quais gastos? É aqui que os conceitos começam a se confundir.

Todos os dias, a sua empresa aplica recursos nas operações com o objetivo de oferecer produtos ou serviços aos seus clientes, para só então obter o lucro desejado. Tais recursos são divididos em custos e despesas, e estas podem ser fixas ou variáveis.

O custo está relacionado à sua atividade principal: é o quanto você gasta para colocar um produto à venda ou prestar algum serviço. Já as despesas são os demais gastos, vinculados à estrutura da empresa.

Assim, a compra de um produto a ser revendido ou o material usado na prestação de um serviço são custos, enquanto o aluguel e a conta de telefone são despesas.

Observe, ainda, que existem as despesas fixas e variáveis. As primeiras são gastos mensais que independem do número de clientes atendidos ou de vendas realizadas. Já as despesas variáveis são aquelas que aumentam ou diminuem de acordo com a demanda.

Enfim, conheça e acompanhe toda essa estrutura dos gastos para conseguir fazer cortes precisos no orçamento, formar preço de venda ou projetar o orçamento.

Todas essas dicas vão te ajudar a mensurar resultados de forma mais precisa. Com certeza, usando-as de forma estratégica, será possível melhorar a gestão financeira da sua empresa.

E agora, se gostou deste post, aproveite para conferir também como colocar as contas em ordem: saiba mais sobre fluxo de caixa!

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